Clientes torrent no Linux

Com a internet ficando cada vez mais rápida, tornou-se uma prática cada vez mais comum o uso de programas peer-to-peer ou p2p. Programas de troca e transferência de arquivos entre computadores espalhados pelo mundo.

Vários protocolos de transferência foram surgindo com o tempo e atualmente, um dos mais populares é sem dúvida o bittorrent. Um protocolo no qual os arquivos são transferidos em partes, normalmente aleatórias, sendo reunidos ao final do download para reconstituir novamente o arquivo final.

Uma das grandes vantagens do bittorrent é a sua velocidade: quanto maior o número de pessoas que possuem arquivo, ou parte dele, maior será a disponibilidade de partes para baixar e consequentemente, maior a velocidade de download.

No mundo Linux, o bittorrent é largamente usado para distribuição de .ISOS com distros Linux. Por serem relativamente grandes, transferidas via torrent sofrem menos danos, relativos a arquivos corrompidos, do que se transferidas em downloads via browser (navegador), uma vez que o bittorrent, além de “quebrar” o arquivo em partes menores, permite que se retome o download caso o mesmo seja interrompido por algum motivo.

Tornando-se um protocolo de transferência tão popular, é mais do que normal que tenham surgido vários programas, ou clientes, que trabalhem com a rede bittorrent, vamos à alguns deles:

Bittorrent (linha de comando)

Esse foi o primeiro cliente bittorrent que utilizei, isso ainda nos tempos do Kurumin 2.21. Esse cliente torrent normalmente acompanha a maioria das distros Linux e a sua operação é feita através da linha de comando. Sua grande vantagem, justamente por rodar em linha de comando, é o fato de ser extremamente leve, rodando em praticamente qualquer máquina e usando uma quantidade muito pequena de recursos.

Por outro lado, nem todo mundo gosta de usar linha de comando, o que pode afastar muita gente desse cliente.

Para se utilizar o bittorrent em linha de comando, usaremos, no terminal, o comando:

$ btdownloadcurses –responsefile /home/usuário/arquivo.torrent

Que tal um exemplo prático? Vamos fazer o download do Ubuntu 8.10 via torrent. Partindo do princípio de que já temos o arquivo .torrent, veja como seria o comando no meu Ubuntu:

$ btdownloadcurses –responsefile /home/rodrigo/Ubuntu-8.10-desktop-i386.iso.torrent

É possível ainda, usar o comando apontando diretamente para um arquivo na internet, veja como ficaria:

$ btdownloadcurses –url http://releases.Ubuntu.com/8.10/Ubuntu-8.10-desktop-i386.iso.torrent

Veja a sua aparência:

Ubuntudicas.com.br/wp-content/plugins/wp-o-matic/cache/729ed_bittorrent.jpg” alt=”” id=”BLOGGER_PHOTO_ID_5278114052407582946″ border=”0″ />Caso o download tenha sido interrompido, basta executar o mesmo comando para remomá-lo. Não se espante com a velocidade baixa no início, ela tende a aumentar conforme o download é feito.

Existem ainda outros parâmetros que podem ser usados com o comando btdownloadcurses, para uma lista completa desses parâmetros, use no terminal o comando $ btdownloadcurses, sem nada após.

Transmission

O transmission é um cliente torrent bem leve e simples de se utilizar, possui uma interface simples em GTK, ainda assim, muito intuitiva.

O Transmission passou a ser o cliente torrent padrão do Ubuntu, vindo já pré-instalado na distro.

Caso sua distro não tenha traga o Transmission instalado, basta procurá-lo nos repositórios da mesma. Se ainda asism não o encontrar, pode instalar a partir do source, para isso, faça o download no link:

http://mirrors.m0k.org/transmission/files/transmission-1.40.tar.bz2

Sua instalação é bem simples, basta baixar, descompactar, acessar a pasta criada e usar os comandos:

./configure
make
make install (como root)

Para usar o programa, utilize o atalho criado no submenu internet ou use no terminal o comando $ transmission. Veja o programa em ação:

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Deluge

O Deluge é outro cliente torrent leve, criado com python e GTK, com a interface simples, porém, com mais recursos que o transmission. A princípio, seria um cliente voltado apenas para o Gnome, entretanto, para a felicidade geral, foi portado para outros ambientes gráficos, como KDE, XFCE e até mesmo para Windows

Sua interface é bem intuitiva, lembrando bastante o utorrent para Windows, possui suporte a proxy, encriptação, plugins e sistema de busca de torrents, tornando-o ainda mais completo e funcional.

Sua instalação em distros baseadas no Debian e/ou Ubuntu pode ser feita via apt-get, usando-se, no terminal o comando $ sudo apt-get install deluge, ou através do synaptic, procurando-se por “deluge”.

Caso utilize outra distro e não tenho encontrado o Deluge em seus repositórios, ou apenas queira compilar o programa, pode baixar o source no seguinte link:

http://deluge-torrent.org/downloads.php

Para instalar é necessário ter o python, depois, basta baixar o source, descompactar, acessar a pasta e usar, no terminal, os comandos:

$ python setup.py build
$ python setup.py install (como root)

Deluge em ação:

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Azureus / Vuze

O Azureus é um cliente torrent em java com diversas funcionalidades, cheguei a usá-lo em suas primeiras versões, e de lá pra cá foram feitas diversas modificações, tanto em suas funcionalidades quanto em seu layout.

Possui um ótimo sistema de busca de torrents, suporte a plugins, skins e biblioteca de mídia.

Quem usa o Ubuntu pode instalar o Azureus a partir do apt-get, usando ,no terminal, o comando $ sudo apt-get install azureus ou através do synaptic, procurando por “azureus“.

Outra forma de se utilizar o programa, esta, válida para qualuquer distro, é baixar o programa no site oficial:

http://azureus.sourceforge.net/

Para usar, basta descompactar após o download, acessar a pasta criada e usar, no terminal o comando
./azureus para rodar o programa. Vale lembrar que é necessário ter o java instalado para que o Azureus funcione.

Ubuntudicas.com.br/wp-content/plugins/wp-o-matic/cache/d32d8_bittorrent5.jpg” alt=”” id=”BLOGGER_PHOTO_ID_5278171930577020482″ border=”0″ />Um dos problemas de se instalar o Azureus no Ubuntu é o fato de ter que instalar uma quantidade relativamente grande de dependências, ainda assim, fica a critério de cada um, uma vez que o Azureus é bem mais que apenas um cliente torrent.

Outro problema é o fato de usar java, o que torna o programa relativamente pesado, não sendo assim, recomendado usá-lo em máquinas mais antigas. Além disso, sua interface é bem poluída, o que o torna ainda mais pesado.

Frostwire

Apesar de ser um cliente de outro protocolo de transferência, o gnutella, o Frostwire suporta a transferência de arquivos através do protocolo torrent, dessa forma, podemos ter um mesmo cliente para dois protocolos de transferência diferentes.

O Frostwire não encontra-se nos repositórios do Ubuntu, entretanto, podemos encontrar arquivos no formato .deb, para Ubuntu e/ou Debian e derivados, além de pacotes em formato .rpm e o source no site do programa:

http://www.frostwire.com/?id=downloads

Sua instalação é bem simples e a exemplo do Azureus, requer o java para funcionar.

No caso do Ubuntu, após baixar o aquivo, acesse a pasta na qual fez o download e use o comando $ sudo dpkg -i frostwire-4.17.1.i586.deb ou dê dois cliques sobre o mesmo e informe a sua senha para efetuar a instalação.

Outra possibilidade, válida para qualquer distro, é baixar o pacote pré-compilado (tarball bundle) no mesmo link mencionado anteriormente, descompactar, acessar a pasta criada e usar, no terminal, o comando $ ./runFrostwire.sh para rodar o programa.

Ubuntudicas.com.br/wp-content/plugins/wp-o-matic/cache/d32d8_frostwire.jpg” alt=”” id=”BLOGGER_PHOTO_ID_5278181841512262146″ border=”0″ />Apesar de poder ter um programa que utilize dois protocolos p2p diferentes, rodar o Frostwire em máquinas antigas ou com pouca memória pode ser uma experiência bem desagradável, haja vista que o mesmo, assim como o Azureus, faz uso do java.

Qbittorrent

O qbittorrent é um cliente torrent escrito em QT4, cujo principal objetivo é o de ser um cliente torrent leve, bonito e fácil de usar. O programa conta com suporte a encriptação, download setetivo de torrents, sistema de busca integrado, pré-visualização dos arquivos que estão sendo baixados e suporte para diversos idiomas dentre outras funcionalidades.

Sua interface é agradável e intuitiva, veja:

Ubuntudicas.com.br/wp-content/plugins/wp-o-matic/cache/d32d8_qbittorrent.jpg” alt=”” id=”BLOGGER_PHOTO_ID_5278188926649496210″ border=”0″ />O programa ainda não se encontra nos repositórios oficiais do Ubuntu, mas podemos adicionar o repositório do programa para fazer a sua instalação. Para isso, abra o seu source.list com o comando:

$ sudo gedit /etc/apt/sources.list

Adicione ao final as seguintes linhas:

Para o Ubuntu 8.10

deb http://hydr0g3n.free.fr/Ubuntu/ intrepid main
deb-src http://hydr0g3n.free.fr/Ubuntu/ intrepid main

ou para o Ubuntu 8.04

deb http://hydr0g3n.free.fr/Ubuntu/ hardy main
deb-src http://hydr0g3n.free.fr/Ubuntu/ hardy main

Salve e feche. Após isso, baixe e instale a gpg key:

wget http://hydr0g3n.free.fr/qbittorrent.asc -O- | sudo apt-key add –

Com tudo pronto, basta usar, no terminal, os comandos:

$ sudo apt-get update
$ sudo apt-get install qbittorrent

Pacotes e instruções para outras distros, além do source, podem ser encontrados no site oficial:

http://qbittorrent.sourceforge.net/download.php

Para se instalar através do source, basta baixar, descompactar, acessar a pasta e usar os comandos

./configure
make
make install (como root)

Vale lembrar que para instalar através do source, é necessário ter as bibliotecas QT 4.3 (dev) instaladas.

Bom pessoal, é isso. Sei que existem muitos outros clientes torrent, mas preferi abordar aqueles com os quais já tive contato. Além disso, se fosse falar um pouco sobre cada cliente torrent que existe para Linux, precisaria de mais de um post e muito mais tempo para falar de todos.

Enfim, se você por acaso quiser comentar, dar a sua opinião ou recomendar outro programa, sinta-se à vontade.

Referências:

http://pt.wikipedia.org/wiki/BitTorrent
http://www.transmissionbt.com/
http://deluge-torrent.org/
http://azureus.sourceforge.net/
http://www.frostwire.com/
http://qbittorrent.sourceforge.net/index.php




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