post enviado pelo colaborador @reinaldo_bh
Muito tem se falado ultimamente sobre a decisão da Canonical em adotar o Unity como interface padrão do Ubuntu a partir da versão 11.04 a ser lançado em abril do próximo ano. Especularam até que seria o Gnome seria abandonado, que a Canonical ia gerar uma crise, etc.
Sabemos no entanto, que o Ubuntu é voltado para o usuário final, visando facilitar a vida deste. Este é o foco. Isto posto, os que usam Ubuntu já devem ter lido esta ou aquela análise sobre as interfaces. Mas, vejamos agora elas, lado a lado para que o leitor/usuário possa ter uma compreensão melhor.
Temos aqui ambas áreas de trabalho: a esquerda a do Unity e à direita do Gnome Shell.
Em comum, ambas aboliram a para inferior do Gnome e, o Unity foi além: introduziu uma barra ou “dock” lateral onde aparecerá os programas mais utilizados e os execução. Isto pode ser justificada pelo fato de que tanto notebook, netbooks e monitores atualmente vem no formato widescreen possuindo generosa largura em detrimento da altura. Com a barra superior e inferior, este espaço, torna-se ainda mais estreito.
No Unity, os programas em execução aparecem com seus ícones destacados, enquanto no Gnome Shell, aparecem na barra superior. Cabendo salientar que, em ambos os casos, os menus dos programas abertos aparecerão, a priori, na barra superior, sendo que, neste nosso teste, programas como o Firefox, ignoraram esta premissa e exibiram seus menus em sua própria janela.
Outra inovação que podemos observar é na gestão de arquivos e aplicações. No Unity basta clicar no ícone do Ubuntu no canto superior esquerdo, já no Gnome-Shell, clicamos em “Atividades” para que nos seja mostrada a “Dash” que é a interface da gestão de arquivos e aplicações. Em ambos os casos, se clicarmos na tecla “super” (aquela com a “janela” ) surte o mesmo efeito.
Em ambos os casos a transição é suave sendo que o Unity exibe grandes ícones dos grupos como “Web”, “Fotos e Vídeos”, “escritório”, etc e ao fundo a área de trabalho. O Gnome Shell vai além, pois exibe um menu intuitivo, com destaque nos programas em execução ou mais utilizados e a área de trabalho fica ao lado. Certamente ambos rompem com o paradigma de menu tradicional do Gnome.
Continuando com a Dash, vemos que, no lugar dos submenus, teremos os ícones dos programas, no Unity, basta clicar no ícone do grupo (como Web, Escritório, etc) e no Gnome Shell clica-se numa seta logo acima dos ícones dos programas mais utilizados. A interface à esquerda ainda oferece , na parte superior a opção de exibir todos os aplicativos, ou cada um em seu grupo. E ambas apresentam uma “caixa” que permite pesquisar apenas digitando nome do aplicativo ou documento desejado.
Ambos também permitem múltiplas áreas de trabalho o que permite o arrastar de janelas de uma a outra com a visualização de todos os desktops virtuais.
Temos agora um interessante comparativo, onde se exibe o lado direito da tela onde se clica no último botão: No Unity temos apenas as opções de desligamento e alternância como é hoje no gnome.
Já o Gnome-Shell nos oferece mais um recurso de integração que, além de mostrar seu “status” nos casos dos programas de comunicação, temos as opções “informações da conta” que, como o nome diz, traz informações da conta do usuário e “Preferências do Sistema” que permite o gerenciamento do sistema.
Devemos observar o seguinte:
– Os efeitos 3D do compiz não funcionam em ambas as interfaces;
– Ambos estão em desenvolvimento e bem longe do ideal;
– Os ambientes podem ser testados na maioria dos computadores atuais, por mais simples, no entanto são inúmeros os BUGS e travamentos;
– Embora sempre há a opção de se testar e voltar ao Gnome atual, cabe advertir que você pode perder suas personalizações, tendo, então, na melhor das hipóteses de restaurar seu Gnome;
– A instalação do Unity é mais fácil de ser usada em paralelo com a interface atual, bastando, ao informar o usuário, informar a interface que queira usar: Gnome normal, ou Unity;
– Em testes domésticos o Unity foi melhor recebido por crianças e pessoas mais idosas, talvez por causa de seus ícones grandes e sua interface mais intuitiva e direta;
– Por outro lado, para os usuários com experiência em Ubuntu, sentirão mais à vontade com o Gnome Shell;
Por fim, uma coisa é indiscutível quanto aos dois ambientes: ambos estão bem longe do nível de amadurecimento para uso contínuo. No entanto, particularmente com a tendência de popularização de telas sensíveis ao toque o ambiente Unity pode se sair melhor, devido ao tamanho dos ícones e por serem mais simples e diretos que o Gnome Shell o que nos leva a especular que este seria interessantes se fosse portados para tablets.
O mais importante de tudo é que, independente do ambiente, estamos observando um grande salto para o Gnome e a enorme contribuição que a Canonical vem dando no sentido de tornar o Linux mais próximos das pessoas comuns e, por mais polêmicas que sejam suas decisões, quem deve decidir se este ou aquele é melhor é o usuário final, o leito, e não somente aqueles que possuem conhecimento suficiente para personalizar a interface a seu gosto.
Concluímos este post com uma interessante definição da palavra Ubuntu feita pelo Arcebispo Desmond Tutu, ganhador do Premio Nobel da Paz por sua luta contra o Apartheid na Africa do Sul:
“Uma pessoa com ubuntu está aberta e disponível aos outros, não-preocupada em julgar os outros como bons ou maus, e tem consciência de que faz parte de algo maior e que é tão diminuída quanto seus semelhantes que são diminuídos ou humilhados, torturados ou oprimidos.”
Até a próxima!