O que penso e vejo na versão 11.10 do Ubuntu, da Canonical. O texto que escrevo se apoia no feedback de dezenas de pessoas que testam a nova versão e na minha experiência com a distro linux. Não é a verdade absoluta. É uma opinião.
É a primeira vez que faço uma opinião de uma versão do Ubuntu. Nunca tive vontade e nem achei necessário fazê-lo antes, mas desta vez, a vontade foi maior.
A 6 meses estamos esperando esta versão com muita ansiedade, pois estamos acostumados com a política e metodologia da Canonical em liberar versões novas 2 vezes por ano. E como não poderia deixar de ser, a expectativa sempre é maior do que a realidade. E temos que tomar cuidado para não virar uma frustração.
Comecei a testar o 11.10, na versão Alpha 2. E porque usar uma versão Alpha? Todos sabem que versões Alpha e Beta tem bugs, e muitos, mas como colaborador eu precisava reportar os bugs para que eles fossem corrigidos e isso faz parte. Apenas reclamar não iria resolver o bug. Devemos reportá-las aos responsáveis e esperar pela correção que é muito mais rápida do que estamos acostumados em outros sistemas operacionais. Sendo assim, comecei a reportar.
Desisti.
Eram tantos bugs que não dava para utilizar os sistema. Esperei pela versão BETA 2.
Não consegui instalar a versão por conta de conflitos com o .pulse e com uma ajuda de um amigo – @aprigiosimoes – pude finalmente instalar.
Mais bugs!
Mas não desisti desta vez. Fui reportando sempre. Os bugs iam diminuindo a cada dia. Minha esperança estava em alta.
Por meio do Twitter do UD, ia recebendo o feedback dos seguidores que também estavam testando a versão 11.10, ainda em BETA. Todos praguejando de erros, de janelas que fechavam sozinhas e etc. Mas calma turma, é BETA mesmo!
Enfim, chegou o dia do lançamento do 11.10.
Quinta-feira passada o mundo linux “parou” para baixar a nova versão, instalar e utilizar. Eu não estava tão esperançoso neste momento…
Alguns bugs teimavam em existir, mas era compreensível pois se a Canonical não arrumou a tempo, não seria no dia do lançamento que iriam soltar o update. Vamos esperar.
Claro que updates iriam pipocar poucas vezes dias depois do lançamento, por uma questão de processos internos da Canonical. Tudo ao seu tempo. Mas, “Agora Inês é morta!”.
Unity – para que te quero.
No Twitter, muitas reclamações no coitado – ou não? – do Unity.
Esta interface é inovadora e melhorou muito desde o 11.04, quando foi incorporado ao Ubuntu. Mas nesta versão ainda existia a opção de usar o Gnome Clássico (Ubuntu Clássico) no gerenciador de login. No 11.10, não existe mais esta opção.
O grande problema do Unity é que ele não responde rapidamente aos cliques do cursor e em alguns casos, não aparece um programa que acabamos de instalar no Dash (isso aconteceu comigo).
Não quero e nem vou ficar “metendo o pau” no Unity, pois eu o acho revolucionário e deixou o Linux antenado com os dispositivos móveis, como tablets.
Ai é que esta o problema!
A Canonical mira no uso dos tablets com o Unity, mas:
- onde estão os tablets com o Ubuntu embarcados?
- quem disse que o povo do Desktop iria aprovar o Unity?
- monitor touch não é barato para quem usa um sistema operacional gratuito.
Estas poucas perguntas já bastam para o povo ficar esperto e de orelha em pé. Muitos instalam o Gnome Shell ou o Gnome clássico.
Mas o que me deixou mais perplexo é que, no meu caso, o Ubuntu não ficou tão ágil quanto foi a versão 10.10.
Personalizações
No mundo linux, o que mais me fascina é a oportunidade de personalização do sistema, ou seja; posso alterar, incluir, tirar e compartilhar. Isso é a liberdade!
Quando não temos mais opções de personalizações que estávamos acostumados, gera frustração, raiva e medo. Claro que existem soluções e “gambiarras” das mais diversas, mas eu me pergunto “por que complicar?”.
O Ubuntu ainda é a distro linux mais fácil de se usar no planeta. Para os novos usuários ele é um universo novo a ser explorado. Mas para os usuários antigos, o cenário muda.
O Ubuntu deve estagnar? Óbvio que não! Mudar a cor da grama atrapalha, mas você se acostuma. Mas pode mudar o pasto inteiro?
Futuro
Em poucas semanas, tudo que eu escrevi acima não deve mais estar valendo. A dinâmica do mundo linux não deixaria. E é nisso que mantenho minhas esperanças. Hoje se alguém me pergunta se devo fazer o upgrade eu digo:
“Espere algumas semanas.”
Tudo pode mudar em vinte minutos, não acha?