Polly, um cliente de Twitter brasileiro

PollyConheça o programa POLLY, um cliente de twitter (em pré-alpha 2) desenvolvido por Marcelo Hashimoto, que faz doutorado em computação, em São Paulo.

Marcelo conheceu o mundo open source ao entrar na graduação. Foi natural, pois a rede pró-aluno do instituto onde estuda, roda Linux. Mas apesar dessa naturalidade, só começou a utilizar sistemas operacionais livres em casa entre 2006 e 2007.

Fiz uma entrevista, via mail, com Marcelo para conhecer mais sobre o projeto:

“UD – Como surgiu a ideia de um cliente Twitter?

Na época em que comecei a trabalhar no Polly, não havia um cliente de Twitter nativo que aceitasse múltiplas contas mas fosse otimizado para mantê-las separadas. Resolvi então criar um com esse objetivo específico em mente.

UD – O que mais te motivou no começo do projeto?

Não sei se há algo específico que posso destacar, mas nessa época eu estava começando a me dar conta do valor do Twitter como fonte de informação e isso certamente influenciou.

UD – Quais as ferramentas que usou no projeto?

Eu usei, e ainda uso, o Eclipse com o plugin PyDev. O projeto está hospedado no Launchpad, que utiliza o sistema de controle de versão Bazaar.

UD – O que foi mais complicado no processo de criação?

Por enquanto, as maiores complicações foram causadas por algumas limitações na API do Twitter. Alguns detalhes que ignorei quando li a documentação pela primeira vez acabaram forçando algumas mudanças inesperadas de design.

UD – Como você formou sua equipe? E a metodologia de sugestões de colaboradores?

Como o Polly é acima de tudo um projeto pessoal, não houve um grande planejamento em relação às contribuições. Geralmente elas ocorrem de forma bastante informal, como uma discussão no Launchpad ou Twitter.

UD – Diga-nos sobre a escolha no nome “Polly”.

Eu pedi ao site OMG! Ubuntu! que convidasse seus leitores a sugerirem um nome que lembrasse ao mesmo tempo pássaros e multiplicidade. Achei “Polly” uma ótima sugestão, pois expressa ambos sem precisar ser uma palavra composta.

UD – O Polly está em versão 2.6 pre-alpha. Fale dela e de seus features. Quais as vantagens dele?

Como mencionei acima, a principal característica do Polly é manter múltiplas contas, mas separadamente.

Muitas pessoas criam múltiplas contas para separar seus seguidores e evitar enviar que um grupo receba tweets nos quais não estão nem um pouco interessados. Nenhum dos meus amigos pessoais, por exemplo, precisa saber que eu achei um bug no Oneiric. Mas o pessoal da comunidade Ubuntu que me segue pode estar interessado.

Há também as pessoas que criam contas para receber sugestões e reclamações a respeito de um site ou produto. Eu, por exemplo, criei o @PollyClient.

Em muitos desses casos, você quase nunca quer enviar o mesmo tweet para mais de uma conta. Também em muitos desses casos, fundir os fluxos mais atrapalha do que ajuda. Nessas situações o Polly pode ser bastante conveniente.

O cliente atualmente está na versão 0.92.6, que eu apelidei de “pre-alpha 2.6”. Até agora passei por dois marcos de desenvolvimento: a estabilização do framework básico e a implementação básica de tweets, mensagens, usuários e listas.

Eu acho que seria falta de educação eu alugar o espaço do seu blog só para ficar listando features, então vou apenas indicar o link para o anúncio de uma das versões recentes, onde uma lista completa é dada:

https://launchpad.net/polly/+announcement/8938

UD – O que nos aguarda para as próximas versões?

A principal prioridade do pre-alpha 3 é o suporte a tempo real e a principal prioridade do pre-alpha 4 é o port para a versão 3 do GTK+. Ainda não sei exatamente como organizarei as prioridades nos pre-alphas seguintes, mas elas serão:

  • busca (o framework já está implementado, mas atualmente só é acessível clicando-se em um hashtag);
  • filtros;
  • editar detalhes da conta e avatar;
  • enviar imagem para o próprio Twitter (por enquanto só há suporte a img.ly, twitpic e twitvid);
  • melhorias gerais de usabilidade;

Quando praticamente toda a API do Twitter estiver disponível no Polly, a fase alpha vai começar. Nessa fase ele finalmente estará aberto para traduções. Na fase beta virá a estabilização final e a documentação. Pretendo lançar a versão 1.0 como um cliente apenas de Twitter e logo em seguida começar a trabalhar na versão 1.5 que trará suporte a StatusNet.”

Instalando o Polly

Basta entrar no site do Polly, no Launchpad e baixar o arquivo .DEB correspondente ao seu sistema. Mas também pode-se adicioná-lo via PPA:

ppa:conscioususer/polly-unstable

Curtiu o programa e quer dar sugestões? Comente aqui mesmo que o desenvolvedor estará acompanhando.