Olá, pessoal! Depois de um breve tempo fora (só uma semana!), estamos de volta com um novo post.
Tenho recebido vários questionamentos a respeito de como migrar de Windows para Linux de uma forma amigável e sem sustos.
Amigos, parentes e até pequenos/médios empresários que conheço estão se interessando na plataforma, pois o avanço e as vantagens do software livre estão cada vez mais se tornando evidentes. Em cima disso, pretendo falar sobre o que verificar, avaliar, pesar antes de realizar a mudança. Serão 3 posts incluindo este, sobre o qual realizarei uma abordagem sobre a melhor maneira de migrar sem se incomodar.
Vamos ver então algumas perguntinhas básicas antes da mudança:
- Porque mudar? – Se você realmente não tem um bom motivo para mudar, então não mude. Apenas terá dor de cabeça pois essa migração não será algo bem planejado, e o posterior uso do Ubuntu não será satisfatório. Afinal, você não quer ficar se perguntando aonde estão as suas fotos do verão de 2005 ou pior, a famosa planilha de débito e crédito!
- OK. Cansei de pagar licença por softwares que deveriam ser de graça/baixo custo. Vou para o Linux. Mas qual distribuição (como é que é?) devo usar?– Certo. Grande passo. Reconhecer que precisa mudar é 50% do caminho percorrido. Uma das grandes dúvidas a respeito do mundo Linux, é qual distribuição usar (na verdade, quem já conhece um pouco de informática usa a palavra distribuição (ou distro), porém a grande maioria das pessoas nem imagina que isso existe – entretanto ficam confusas com a sopa de nomes que aparecem), já que existem muitas.Apenas para citar temos: Fedora, Red Hat, Debian, Ubuntu (eba!!!), Linux Mint, entre outras. O importante é pesquisar qual é a finalidade de cada uma delas tendo em vista que qualquer empresa pode usar o Kernel (opa, tá me chamando de quê? Calma! Digamos que o Kernel é o coração de qualquer sistema operacional) do Linux e criar uma distro própria.
- Então, se tem muitas distros isso pode ser muito confuso….Os programas de uma distro, podem ser usados em outra? E como ficam os meus arquivos? – Não se preocupe, quase 100% dos programas de uma distro funcionam em outra. Seus arquivos? Eles vão estar lá sim, e inclusive organizados para você não se perder.
- Pois bem, qual você me recomenda usar? – É aí que entra o bom senso. Eu recomendo o Ubuntu. Acredito que é um dos mais amigáveis para usar, instalar, aliando a segurança, simplicidade e diversão. Há mais ou menos 2 anos atrás eu estava migrando o pc da minha esposa para Ubuntu, pois vi que ela poderia aprender a utilizar sem muitos traumas e até hoje estamos com ele na máquina (e vamos continuar, sabichão!).
- Certo, vamos instalar o Ubuntu. E os meus arquivos pessoais? Os programas que eu uso, tem os mesmos ou similares no Ubuntu? Como se usa isso? – Agora é que tudo começa. Não interessa o sistema operacional (SO) que será instalado. É o usuário o responsável em fazer backups de seus arquivos mais importantes. Pelo menos até agora, o Ubuntu não faz backup enquanto se instala no seu HD; mas pode ser usado pra isso (como?). Com o recurso chamado Live CD, você roda o Ubuntu direto do CD ou pendrive, e pode usá-lo para salvar seus arquivos em qualquer mídia de armazenamento removível que você dispor.
Aplicativos de backup, gravação de cds, entre outros, estão disponíveis para o uso neste esquema. Detalhe. Se você desligar a máquina perceberá que nada foi alterado. Incrível, não? - Agora vou responder a sua outra pergunta. Dessa vez serei direto.Você pode usar a Central de Programas do Ubuntu, para pesquisar por software que deseja instalar, pode ir no site do fabricante ou ver a minha pequena lista abaixo:
– MSN → Pidgin, Empathy, Emesene;
– Microsoft Office → LibreOffice;
– Windows Media Player → Rhythmbox, Banshee, Reprodutor de Filmes;
– Usar a webcam → Camorama, Cheese;
– Skype → Skype (bah, acharam que era um nome estranho???);
– Adobe Reader → Visualizador de Documentos;
– Outlook → Thunderbird;
– Internet Explorer → Firefox, Chrome, Opera;
– Nero → Brasero, k3b;
Alguns dos citados acima já vem instalados no Ubuntu prontos para o uso. - OK. Quer dizer que para qualquer programa do Windows tem uma versão para linux? Certo? – Bem, mais ou menos. Temos que falar a verdade aqui. Os recursos de vídeo/aúdio do MSN por enquanto ainda não estão disponíveis (pelo menos não achei ainda um programa que faça isso bem feito). O photoshop não tem para o Linux (use o Gimp!). Certos programas específicos como por exemplo os feitos pela própria Microsoft, certos jogos de computador(isso não quer dizer que o Ubuntu não tem jogos! clique aqui e aproveite!) e outras aplicações corporativas não tem versões para linux. Caso você realmente precise usar uma aplicação Windows, considere usar o Wine ou virtualizar usando o Oracle VirtualBox (falaremos nele em breve, fique ligado!);
- Então, qual é a vantagem? – Primeiro custo/benefício. Você não precisa pagar licenças de software para usar Ubuntu e também pela esmagadora maioria dos programas que podem ser usados nele. Só o Windows 7 Home Premuim custa em torno de R$300,00 fora o Microsoft Office que na versão básica custa R$199,00.
Peraí, pára tudo! Se eu comprar o Windows não vou ter o Office? É isso mesmo. O Office é vendido separado (isso não acontece com o Ubuntu). O que muitos fabricantes de pcs fazem é deixar uma versão de avaliação para você usar e depois comprar a versão final do produto.
Quando o doce tá bom tiram da boca?!!!? Isso sem falar na avalanche de pirataria, bugs, vírus, e dores de cabeça para usar os programas pagos tentando burlar a licença. Para quem usa o PC de forma corporativa, isso é uma baita dor de cabeça. - Hum…você falou em vírus…..segurança….. – Pois é falei. Posso dizer (por favor, quem não concorda não bata em mim..poste sua posição na seção de comentários) que anti-virus não é essencialmente tão necessário como é para Windows. Devido a estrutura do sistema, qualquer alteração no mesmo requer que o super usuário (uau!) coloque sua senha.
Em outras palavras, os vírus de pendrives dos seus amigos nunca mais lhe atingirão! Aliás, preste um favor a sociedade digital, se alguém lhe der um pendrive; use o Ubuntu para deletar os arquivos que por incrível que pareça não são vistos no Windows.
- Quem mexeu no meu queijo??? – Não se preocupe. No Ubuntu cada usuário só pode acessar a sua própria conta e se o fulano não tem permissão, pode chorar, chamar a mãe, ligar pra policia…o Ubuntu não vai liberar o acesso. (Ufa! Agora você pode criar uma conta para o seu irmão e ele não vai ver as suas fotos do final de semana sem você saber!)
OK. Vamos parar por aí. O post já está um pouco grande e a leitura pode ficar chata.
Ahh! Não posso me esquecer de dizer que o Ubuntu já vem “pronto para o uso”. Essa na minha opinião foi uma grande sacada. Sem perda tempo para instalar programas… facilita muito o uso do sistema.
Bom, no próximo post vou mostrar 2 (duas) formas de avaliar o Ubuntu na sua máquina sem correr riscos.
Abraços! Deixe a sua opinião, sugestão, crítica, elogio (quem sabe?) na seção de comentários.