A Ubuntização do Linux
A Ubuntização do Linux e seus efeitos em nosso dia-a-dia. Algumas dúvidas sobre a influência do sistema no Linux.
por Lucas Zanella
http://cronicis.com/
Achar empresas que suportam Linux ou têm aplicações para a plataforma hoje em dia não é tão complicado como antes, mas há uma coisa que está tomando conta de tudo: o Ubuntu. O sistema está sendo ubuntizado, com grande maioria (senão todas) das empresas vendendo notebooks apenas com o SO roxo, isto entre as que o vendem.
No Google Plus sigo por volta de dez comunidades sobre Linux e Ubuntu, e toda semana há aquela uma pessoa que levanta a questão: essa de o Ubuntu ficar cada vez mais popular é uma coisa ruim?
Ou será que isso transforma o Linux em algo mais… “visível”?
Sabemos que não é tão fácil imaginar um kernel, para um usuário comum, como é fácil imaginar o Windows ou o OS X, mas visualizar aquela interface unificada do Ubuntu não é difícil. Geralmente em programas de televisão encontramos um ou outro computador usando Linux, e em quase todos os casos se trata do Ubuntu.
Entro para a categoria daqueles que acreditam esta unificação do sistema ser algo bom, mas então lembro de distros como Arch Linux e Fedora. Agora, creio que essa ubuntização do Linux não afete seus derivados, como o Elementary OS, sistema que uso.
Posso, porém, imaginar a frustração de usuários do Fedora ao abrirem a página de download de uma página e verem um link para DEB, mas nenhum para RPM. Quando se pensa um pouco fora da caixa, transformar o Ubuntu no sistema padrão do Linux é o mesmo que transformar ele no nosso Windows. Ao procurarmos por bons programas, a grande maioria estará disponível apenas para ele.
A solução é até então inexistente, pois sei que é mais fácil para instalação um DEB do que um pacote de binários que funcionariam para todas as distros, até onde entendo do assunto. O lance é dar ao usuário burro (isto é, usuário sem conhecimento técnico, que não é um programador ou avançado) uma forma de realizar a instalação sem complicações, e creio que é nisso que nós, como um todo, devemos focar.
A melhor coisa que poderá acontecer para a plataforma do pinguim é uma certa unificação, moderada. Deixemos todos os projetos separados, como deve ser, mas criemos apenas uma maneira de instalação, segura e eficiente, de modo que seja possível para todos aproveitarem o sucesso que o Linux vem ganhando nos últimos tempos. Caso contrário, apenas terá o DEB, e todos sabemos disso. Antes trabalharmos juntos, como a comunidade que deveríamos ser, do que ficarmos dispersos e sem vantagens novamente.
Agora, não sei o quão viável isso é. Não sei nem mesmo se isso é possível, mas certamente seria um grande passo para o futuro do desenvolvimento de programas para Linux. As empresas nos olharão com outros olhos e talvez, apenas talvez, aquele um programa que o faz ficar nas Janelas venha para cá. Aí, meu caro, não haverá mais desculpas.
O que você acha sobre a ubuntização do Linux?